Histórias de Natal...
Lá está ele, no seu cadeirão em frente à lareira; está velho, enrugado, os seus olhos brilham e o sorriso que aparece nos seus lábios mostra que já muito passou. Aos poucos, correm pela casa os pequenitos, esses que ele viu nascer, que hoje o beijam e se sentam em seu redor.
Chegou a hora, não dá para esperar mais pelas suas histórias de Natal…
São elas histórias que espelham uma experiência sem comparação, lágrimas soltas, gargalhadas partilhadas, calor, frio…
É com neve que começa a sua história, numa época distante mas semelhante àquela em que se encontra, é a sua própria história; a história de como uma vez se esqueceu de que Natal não é só pedir e receber, de como uma vez houve um braço que o aconchegou e lhe ensinou que, ao dar o que só quem recebe pode ver, é que o calor não foge e o frio não toca…
Conta uma e outra história à espera de que nada escape àqueles corações pequenos e atentos; São crianças, nesta altura, difíceis de agradar quanto a presentes mas fáceis de agradar quanto a histórias, histórias de natal que todos os anos este velho conta… É à inocência das crianças que apela, à facilidade que têm a aprender e ao quanto impermeáveis ainda são frente à dita sociedade…
Um dia foram os seus pais que ali estiveram, nem todos aprenderam mas todos ouviram aquelas histórias, histórias gravadas nas suas rugas, …
…nas rugas do tempo que cada um escolhe guardar ou esquecer…