quinta-feira, janeiro 20, 2005

Dois olhos...O espelho de uma única Alma...

Todas as lágrimas que não caem são as que têm vontade de cair…Secos como desertos ficam os meus olhos durante um tempo…
Rapidamente, eles se igualam ao oceano, aquele azul triste que nunca secará…
Em lamentações se sustentam minhas preces, busco no sobrenatural uma desculpa para os meus erros, uma cura para a dor que eu própria causei, um perfume para suavizar a marca do meu mal…
Mais uma vez busco a fé e o perdão acompanhada do meu próprio oceano…

Aquele que tanto odeio é, agora, o rei dos meus valores, o preconceito domina sobre a educação que sempre impus a mim mesma. Cega com o que vejo, limito-me a ignorar o que alimenta a planta que, todos os dias, me faz sorrir, tenho em conta apenas o aspecto murcho daquela que ainda hoje luta pela minha atenção…

Se em tempos tive em mãos um diário e uma chave de alguém que enraivecidamente admirava e não o abri, hoje cometi o maior dos erros ao procurar a chave e abrir o diário de alguém de quem gostava…

“Desculpa” torna-se, de repente, a palavra mais pequena e insignificante à face da Terra, todo o vocabulário é agora folha de papel queimada… Um pequeno gesto impossível de existir é o único salvador para o que resta da minha planta…

um pensamento...uma resposta...

Posso não saber descrever o amor...
...mas soube reconhecer a dor de o sentir...