Covardia...
Peça a peça, vou tirando a minha roupa e sentindo todos os defeitos do meu corpo, tacteando as deformações da minha pele, causadas pelas desventuras do desporto e da preguiça.
Acompanho este caminho com lágrimas de desgosto e desilusão, errei ao deixar o meu corpo percorrer toda esta evolução.
Numa nudez incomodativa, entro na banheira e ligo a água, sinto o peso dela a cair sobre a minha cabeça e os meus ombros.
De beije a rosado, a cor da minha pele muda, as gotículas de água a ferver dão-me a dor agradável que procurava.
Deixo de sentir o peso nos meus ombros, deixo de ouvir o cair da água, fecho os olhos para a escuridão e deixo de pensar…
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