domingo, fevereiro 20, 2005

Covardia...



Peça a peça, vou tirando a minha roupa e sentindo todos os defeitos do meu corpo, tacteando as deformações da minha pele, causadas pelas desventuras do desporto e da preguiça.

Acompanho este caminho com lágrimas de desgosto e desilusão, errei ao deixar o meu corpo percorrer toda esta evolução.

Numa nudez incomodativa, entro na banheira e ligo a água, sinto o peso dela a cair sobre a minha cabeça e os meus ombros.

De beije a rosado, a cor da minha pele muda, as gotículas de água a ferver dão-me a dor agradável que procurava.

Deixo de sentir o peso nos meus ombros, deixo de ouvir o cair da água, fecho os olhos para a escuridão e deixo de pensar…